O amor do Leleco

Cartas de amor, declarações e fotos, para a única mulher que amei na vida. Te Amo, Dani!!!

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terça-feira, maio 02, 2006

O Rei do Baú - 2ª parte

Falei que Sílvio Santos recebeu de um diretor de fiscalização da Prefeitura do Rio um cartão da Rádio Guanabara.

Na emissora, Sílvio disputou a vaga com 330 concorrentes, entre eles Chico Anysio e José Vasconcelos. Ficou em primeiro lugar na seleção, mas a carreira na Rádio Guanabara durou somente 1 mês, uma vez que ele ganhava mais como camelô, e trabalhando bem menos. Então, voltou às Ruas para negociar e faturar.

Sílvio só trocou as ruas por um outro serviço, quando ingressou no Exército, na divisão de paraquedistas, em Deodoro. Já que a "cana" militar seria mais dura se fosse preso pelo Rapa, Sílvio tomou a decisão de se afastar das ruas, e voltou a ser locutor, desta vez na Rádio Continental, em Niterói. Nas indas e vindas nas barcas, teve a idéia de montar um serviço de alto-falantes.

O Jovem locutor, fazia anúncios no intervalo das músicas. Mais tarde, percebeu que nas travessias para Paquetá, os passageiros costumavam dançar quando ligavam o som, e cansados, faziam fila nos bebedouros. Oportunista, Sílvio fez um acordo com a Antarctica para vender cerveja e refrigerante na viagem. Seu tino comercial era nato. Quem comprasse a bebida, levava uma cartela de bingo, e como prêmio, oferecia bolsas de plástico, jarras e quadros da Última Ceia.

Segundo funcionários das barcas, na época, Sílvio vendia de tudo, canetas, espelhos, pentes, relógio, entre outros objetos úteis. Funcionários da Barca também revelaram que a voz do Sílvio era inconfundível, e outros ambulantes ficavam sempre perto dele, pois as pessoas se algomeravam ao redor dele, e acabavam lucrando com isso.

Mais do que bom comerciante, Sílvio demosntrava sua generosidade. Na Praça Araribóia, em Niterói, levava roupas velhas para as crianças de rua. Não fazia nenhum alvoroço, apenas chamava alguns meninos e dava as roupas para não passarem frio. Ninguém ficava com as mãos abanando, pois Sílvio abria crédito aos clientes. Não comprava quem não quisesse.

Sílvio trabalhou bastante nessa época, pois na parte da manhã estava em Niterói com sua barraca, e à tarde no Centro do Rio.

Aos 27 anos, Sílvio foi levado à São Paulo por um dos diretores da Antarctica. Ficaria em São Paulo apenas 3 dias, esperando apenas pelo conserto da barca que tinha quebrado no Rio. Lá, encontrou um amigo do Rio que trabalhava na Rádio Tupi, e este o informou que a Rádio Nacional precisava de locutores. Passou em primeiro lugar, e lá conheceu Manoel da Nóbrega. Este tinha uma loja chamada Baú da Felicidade. Manoel da Nóbrega fora enganado por um alemão, que tinha sugerido à ele criar a loja. O esquema era o seguinte: vender uma cesta de brinquedos, sendo que o cliente pagava à vista, e no final do ano, ganhariam um baú cheio de mercadorias. O negócio foi um prejuízo.

Manoel, então, recorreu ao seu novo amigo, Sílvio Santos. A primeira providência tomada por ele foi demitir o Alemão. Logo depois, com boa lábia, convenceu os clientes enganados pelo Alemão, para não fazerem escândalos nos jornais, e que receberiam todo dinheiro pago.

Logo em seguida, Sílvio fez a mesma proposta do Alemão ao Manoel. Pediu para continuar o negócio, que seria administrado por ele. Assim foi feito. Sílvio trocou a caixa de veludo onde vinham os presentes, pois pareciam uma caixa de defunto. Passou a vender em catálogo. Diversificou as mercadorias, sendo que chegou a encomendar 40 mil bonecas da Estrela e 20 mil peças de jantar da Nadir Figueiredo.

Manoel da Nóbrega, assustado com o negócio armado por Sílvio Santos, e com medo de ter mais prejuízo, disse ao Sílvio para que ficasse definitivamente com a loja.

Sílvio Santos tinha ido para São Paulo porque a barca que trabalhava na travessia Rio-Niterói estava quebrada, mas acabara tendo uma chance de mudar de vida.

O Baú da Felicidade deu lucro, e com parte do dinheiro, pagou tudo o que o Nóbrega tinha investido no negócio.

Mas Sílvio atuou como locutor em todo este período. Seu apelido era "Peru que fala", uma vez que quando ficava envergonhado seu rosto logo se ruborizava.

No ano de 1961, na TV Paulista, hoje TV Globo, passou a apresentar um programa chamado "Vamos brincar de forca". Aí começou a dar o pulo do gato.

Passou a patrocinar seus programas na televisão com a sua Loja do Baú, que funcionava da seguinte forma: A pessoa comprava, e só depois escolhia o produto. A Loja era um sucesso, uma mina de ouro.

Na TV Paulista, seguia mandando nos domingos. Seus programas era um sucesso de público. Quando Roberto Marinho comprou a TV Paulista, manteve Sílvio aos domingos, e renovou seu contrato por 5 anos. Mas Sílvio não era empregado, era o dono dos horários.

Nessa época, Sílvio se casou com Aparecida Honória Vieira, filha de dono de pensão, e teve duas filhas: Sílvia e Cíntia.

Seus programas eram um sucesso do meio dia às 20 horas. Programas como "Show de Calouros", "Show da Loteria", "Boa Noite Cinderela" e "Sinos de Belém". O programa "Boa Noite Cinderela" encantava o público, e ficou 10 anos no ar. No palco de seus programas, Sílvio era acompanhado por suas ajudantes, as "Silvetes".

Em 1973, sua mulher descobriu estar com câncer. Com 4 anos de doença, o câncer se espalhou pelo corpo. A despedida da mulher foi no Albert Einsten, em São Paulo. Até na hora da morte, sua mulher demonstrava se preocupar com Neco, apelido carinhoso dado a Sílvio Santos: "Sílvio, você tomou seu café da manhã?", perguntava, nos últimos momentos de vida.

Sílvio continuou com seus programas, mas seus funcionários eram proibidos de chegar perto dele usando perfume. Ele era alérgico, e bastava somente uma pequena aproximação, para perder totalmente a voz. Teve até uma situação engraçada na época. Sílvio tomava uma injeção de cortisona periodicamente nos EUA para inibir a alergia. Certa vez, no ar, uma pessoa se aproximou dele cheia de perfume, e ele começou a perder a voz. Foi então que ele saiu com essa: "Acho que esses americanos não aplicaram essa injeção direito". Mas Sílvio trocou de médico, e hoje está livre dessa alergia.

Seus negócios prosperavam. O Baú da Felicidade, que começara num porão, já estava dando lucros estratosféricos à ele. Sílvio criou uma empresa de seguros e uma construtora. Para aliviar a mordida do Imposto de Renda, Sílvio investiu em agropecuária no Mato Grosso e em Reflorestamento no Paraná.

Sílvio, em 1972, renovou contrato com a Globo, mas em 1975, comprou metade das ações da TV Record, e mais tarde um pouco, ganhou a concessão do Canal 11 do Rio de Janeiro, a TVS. Ele apresentava seu programa, que passava também na TV Tupi, Record e TVS. Foi quando ganhou uma concorrência de concessão de mais quatros canais, sendo que um ele cedeu para Record no Rio. Foi nessa época que criou o SBT, que estreou no dia 19 de agosto de 1981.

O resto vocês saberão nos próximos capítulos.

3 Comments:

Blogger Jôka P. said...

Leleco,
tô adorando essa série do Silvio Santos !
Dá uma olhada no título desse post e vê se foi ato falho seu, ou se é pra ser isso meRRRmo ?!

Ah, vai você pra lé, vem você pra cá ! Rá rá !
Quem quer dinheiroooooo !!!!


abç!
Jôka P.

4:17 PM  
Blogger Dani said...

Leo,
o Silvio é mesmo um bom exemplo de como alguém pode crescer na vida fazendo o que gosta e sabe fazer.

Essa musiquinha também é de rolar de rir!!! rs...

Mil beijos, amor! :-***

12:18 AM  
Anonymous Gislaine said...

Adorei seu blog, vou voltar a visita-lo.

10:53 AM  

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